SERRALVES: ANUNCIADOS VENCEDORES DO PRÉMIO BES REVELAÇÃO 2014

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Os vencedores da 10.ª edição do Prémio BES Revelação são Patrícia Bandeira, Pedro Henriques, Sofia Lopes Borges e Lúcia Prancha, anunciou hoje a Fundação de Serralves.

Os quatro projetos apresentados foram escolhidos por unanimidade por um júri constituído por María Inés Rodríguez, diretora do Museu de Arte Contemporânea de Bordéus, em França, Andre Bellini, diretor do Centro de Arte Contemporânea de Genebra, e Joe Scotland, diretor do Studio Voltaire, de Londres.

Os vencedores, além de receberem bolsas de produção no valor de 7.500 euros, apresentam os seus trabalhos numa exposição que se realiza de 16 de outubro a 11 de janeiro de 2015, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves.

Patrícia Bandeira apresenta a instalação multimédia «Not otherwise specified», na qual associa fotografia e vídeo. A artista «parte de um acontecimento real, um grupo de islandeses que admitiu convictamente a autoria de um crime, apesar de não se lembrar de o ter cometido, para questionar a relação entre a fotografia e a assunção do real», afirma em comunicado a Fundação Serralves.

«No fundo, como a persuasão coerciva através de imagens pode afetar a nossa perceção da realidade», e como a artista escreve sobre este projeto que «vive da ambiguidade realidade-ficção, presença-ausência, lugar-não lugar».

No projeto de Pedro Henriques, «imagens de uma mesa de mistura áudio adquirem um especial interesse visual», afirma a mesma doente.

O artista aplica «variadas distorções visuais a fotografias técnicas daquele objeto, depois impressas em placas de madeira recortada».

Pedro Henriques afirma, citado pela Fundação, que, «de forma algo paradoxal, pretende-se suscitar a sensação de se estar perante um instrumento sonoro com materialidade táctil».

Sofia Lopes Borges vai percorrer a fronteira de Portugal, desde Caminha a Vila Real de Santo António, captando a paisagem estrangeira que se vê a partir do nosso país.

«Europa», título do projeto de Sofia Lopes Borges, «propõe um retrato de Portugal, mostrando a paisagem visível daquilo que é a Europa», afirma a Fundação, citando a artista.

Lúcia Prancha desloca-se à Ilha dos Lençóis, no nordeste do Brasil, para recolher imagens e informações que lhe permitam fazer «um documentário ficcionado sobre um grupo de albinos que acredita habitar um território assombrado por D. Sebastião, desde que ele desapareceu em combate na célebre batalha de Alcácer Quibir, em 1578».

Segundo a artista, esta pesquisa tem-lhe servido para «entender um passado comum e a atual relação (ou não relação) entre Portugal e o Brasil».

Fonte: Diário Digital com Lusa

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