Aberta classificação como tesouro nacional da coleção numismática do Novo Banco

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A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) abriu um processo de classificação como tesouro nacional da Coleção Numismática Carlos Marques da Costa, na posse do Novo Banco, o mais importante e valioso conjunto existente em Portugal.

O anúncio de abertura do processo de classificação deste acervo, “cuja proteção e valorização representam valor cultural de significado para a Nação”, foi publicado na quarta-feira, em Diário da República (DR).

A abertura do processo determina que o conjunto “não pode ser objeto de desmembramento ou dispersão e fica abrangido pelas demais disposições legais”, constantes na Lei de Bases do Património Cultural, nomeadamente o impedimento de sair do país.

Esta coleção é composta por 16.575 exemplares, e acompanha a emissão de moeda ao longo de 2.000 anos, desde a Antiguidade, antes da fundação da nacionalidade, e da História de Portugal, e integra ainda peças de antigas colónias portuguesas, nomeadamente do Brasil, da Índia, Moçambique e Angola.

Contactada pela agência Lusa, fonte da DGPC indicou que o processo foi aberto para um bem “coletivo de interesse nacional, que é o mesmo que classificação de tesouro nacional”, o nível máximo de proteção de património nacional.

“Pode-se acompanhar toda a História de Portugal através das moedas desta coleção única e extraordinária”, disse a mesma fonte, acrescentando que os técnicos da DGPC vão iniciar a avaliação de um processo que tem o prazo de um ano para ficar concluído, e ser publicado em DR.

No entanto, a partir do momento em que se encontra em vias de classificação, a coleção fica legalmente protegida, não podendo sair para o estrangeiro, mas a venda continua a ser possível desde que se mantenha no país e não se disperse ou divida o conjunto, como determina o anúncio publicado em DR.

De acordo com o Fórum de Numismática, a coleção foi reunida ao longo de quatro décadas pelo empresário e colecionador Carlos Marques da Costa – natural de Lisboa e falecido em 2011 – “um apaixonado pela numismática”.

A coleção – que pertence ao Novo Banco, entidade financeira em processo de venda – inclui raridades, como “o Português”, que Carlos Marques da Costa definiu como uma “moeda ímpar na numária portuguesa, pelo seu significado político, económico e propagandístico”.

Durante cerca de 70 anos foi a moeda de ouro mais pesada cunhada por um país europeu, sublinha o Fórum Numismática.

A Lusa tentou contactar um responsável do Novo Banco sobre a abertura do processo de classificação, mas, até ao momento, não obteve uma resposta.

Fonte: Diário Digital com Lusa

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