Câmara do Porto propõe um novo “Museu da Cidade”

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A Câmara do Porto vai revolucionar o conceito do Museu da Cidade e dar-lhe a filosofia que nunca chegou a ser posta em prática, a de um projeto integrado e mais virado para o futuro, com novos conteúdos e formas de expor. Aos cinco núcleos municipais que fazem parte do projeto criado nos anos 90 irão juntar-se as casas-museu Guerra Junqueiro e Marta Ortigão Sampaio, além dos mal-amados Caminhos do Romântico. Por outro lado, está prevista a transferência do Museu do Vinho do Porto para a Rua da Reboleira, o que irá merecer uma candidatura autónoma a fundos do Portugal 2020, a apresentar até 31 de agosto.

Com candidatura já submetida a apoio comunitário está um projeto de 1,6 milhões de euros que visa requalificar o Museu Romântico e os três novos polos do Museu da Cidade. A Câmara prevê que estes núcleos estejam concluídos entre o final de 2017 e o início de 2018.

Quanto à Casa-Oficina António Carneiro (um dos oito museus municipais), fica, para já, de fora. “Será objeto de um programa de reativação e reconfiguração posterior, depois de estabilizada a recuperação destes núcleos”, disse ao JN Guilherme Blanc, adjunto do presidente para a área da Cultura. Só depois passará a fazer parte do Museu da Cidade, tal como está previsto acontecer com a galeria de rio de Vila e com o Museu da Indústria (ler textos na página ao lado).

A recuperação do conceito do Museu da Cidade é um projeto que foi iniciado pelo vereador Paulo Cunha e Silva, falecido em novembro passado. Desenvolveu-se “em articulação com a equipa da Cultura (nomeadamente dos Museus e Património), pensado em sintonia com o projeto cultural de Rui Moreira”, acrescentou o mesmo responsável.

Os espaços vão beneficiar de uma série de melhoramentos. Desde logo, nas entradas e na acessibilidade no interior dos edifícios. As lojas vão ser modernizadas e haverá folhetos informativos em português, inglês e francês, enquanto a sinalética será uniformizada. A este rol, Guilherme Blanc acrescenta “novos conteúdos e novos discursos expositivos” em todos os núcleos. Está também prevista a criação de serviços educativos.

Com a transferência para o coração da Ribeira (onde funcionou o Centro Regional de Artes Tradicionais), o Museu do Vinho do Porto ficará necessariamente mais ligado ao Douro. “Pela sua localização e tipologia arquitetónica, o edifício permite o desenvolvimento de um discurso mais apropriado do ponto de vista expositivo e de ligação ao património material e imaterial associado ao vinho do Porto”, esclarece o responsável, sublinhando, por outro lado, que se trata de um espaço “que já é do município”.

Fonte: JN

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