A certificação do traje à Vianesa foi publicada em Diário da República o que, segundo a vereadora do Município de Viana do Castelo, representa “uma garantia de autenticidade e de preservação das tradições” do concelho.
“A certificação é muito importante para o espaço geográfico, por garantir a autenticidade e preservar as tradições. Também é muito importante para os artesãos que produzem o conjunto de peças que compõem o traje típico do concelho”, afirmou hoje Maria José Guerreiro, em declarações à agência Lusa.
A responsável adiantou que a certificação agora alcançada “vai garantir a genuinidade da produção do traje, ao definir as características de cada uma das peças que o integram”.
“Isto é muito importante porque não existem só no concelho de Viana do Castelo os artesãos que produzem o traje à Vianesa. Todos terão que obedecer às regras definidas no caderno de especificações, sustentou.
A aprovação, pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), da inclusão da produção tradicional “Traje à Vianesa – Viana do Castelo” no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas foi publicada, na quarta-feira, em Diário da República. De acordo com o despacho do IEFP, “o titular do registo é a Câmara Municipal de Viana do Castelo”, que deverá “proceder ao registo da denominação da produção, sob a forma de indicação geográfica, junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O pedido de registo do típico “traje à Vianesa”, com origem no século XIX, foi formalizado pela Câmara de Viana do Castelo em junho de 2015. O processo de certificação foi adjudicado pela Câmara Municipal em maio de 2013 à Associação “Portugal à Mão”, por cerca de 24 mil euros. Esta associação, entre outras entidades, também participou na certificação do bordado de Viana, concluída em agosto de 2012.
O traje assume-se como um símbolo tradicional da região, nas suas várias formas, consoante a ocasião e o estatuto da mulher. Em linho e com várias cores características, onde sobressai o vermelho e o preto, foi utilizado até há cerca de 120 anos pelas raparigas das aldeias em redor da cidade de Viana do Castelo.
Os exemplares que ainda hoje se conservam, alguns nas mesmas famílias, terão cerca de 60 anos.
As características deste traje, como o seu colorido e a profusão de elementos decorativos, permitem identificar facilmente a região de origem, no concelho, motivo pelo qual se transformou, segundo os especialistas, “num símbolo da identidade local”.
A romaria d’Agonia, nomeadamente o tradicional desfile de mais de 500 mulheres devidamente trajadas pelas ruas da cidade de Viana do Castelo, assume-se anualmente, no mês de agosto, como a principal montra do “traje à vianesa”.
Fonte: TSF
