Museu vende quadros de Warhol para investir em novas aquisições

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O Museu de Arte de Baltimore (MAB), uma instituição fundada em 1914 naquela cidade da costa leste dos EUA, está a causar polémica depois de ter colocado à venda sete obras da sua coleção. O valor da venda dos quadros, assinados por artistas como Andy Warhol ou Robert Rauschenberg, irá servir para financiar a compra de peças de artistas pouco representados no museu, nomeadamente mulheres e afro-americanos.

A ideia “é corrigir ou reescrever o cânone artístico do [período] pós-guerra”, explicou o diretor do museu, Christopher Bedford, um escocês de 40 anos que está há dois anos à frente da instituição, de acordo com o El País. É ele quem desvaloriza a polémica ao afirmar que a missão do museu é “reunir as obras mais relevantes da atualidade”. E, por isso, a instituição terá de se livrar de “preconceitos”, do “racismo institucionalizado” e da “discriminação de género”, defende.

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Christopher Bedford defende que esse desequilíbrio é ainda mais flagrante numa cidade como Baltimore, de maioria afro-americana: segundo dados dos censos de 2010, 64% dos habitantes são negros. No entanto, numa tarde de verão, é difícil encontrar alguém no museu, exceto os seguranças que protegem as obras de arte.

As medidas tomadas para reverter esse afastamento do público tiveram início em maio, quando o MAB colocou cinco obras no leilão da Sotheby’s em Nova Iorque. Entre as obras, estavam quadros da autoria de Franz Kline, Kenneth Noland e Jules Olitski, além de uma imagem de 1978 da série Oxidations, de Warhol, em que as cores da tela foram conseguidas através de uma reação química de urina, do próprio artista e dos seus assistentes.

No total, a venda das obras, todas assinadas por homens brancos, deve render um mínimo de 12 milhões de dólares (10,3 milhões de euros), que farão parte de um fundo para preencher as lacunas na coleção do museu de obras de arte após 1945.

Atualmente, o orçamento anual do museu para novas aquisições é de 407 mil euros.

Fonte: DN

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