Estudo técnico à Cordoaria Nacional revelou edifício sem fissuras

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  O secretário de Estado da Cultura disse hoje que a avaliação técnica realizada ao edifício da Cordoaria Nacional, em Lisboa, concluiu que a estrutura se encontra em bom estado de conservação.
Elísio Summavielle e a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, foram hoje ouvidos pela Comissão de Ética, Sociedade e Cultura na Assembleia da República, em Lisboa, no âmbito das audições regulares dos deputados com os membros do Governo. O secretário de Estado tinha sido questionado por deputados da oposição sobre a situação do projecto para a ligação dos museus na zona de Belém. Este eixo prevê a transferência do Museu Nacional de Arqueologia com o seu espólio, instalado no Mosteiro dos Jerónimos, para a Cordoaria Nacional.
A deslocação do museu, que tem vindo a suscitar críticas de alguns especialistas na área da museologia, levou o Bloco de Esquerda a questionar a tutela sobre as boas condições do complexo para receber o valioso espólio arqueológico.
A deputada bloquista Catarina Martins recordou a recomendação aprovada no Parlamento no ano passado para a realização de estudos na zona que garantissem a boa viabilidade da transferência antes de ser feita qualquer mudança.
O secretário de Estado da Cultura indicou que a comissão técnica criada para acompanhar o processo fez uma avaliação que concluiu pelas boas condições da estrutura edificada.
“Apesar do edifício ter mais de 250 anos, e de ter passado por um forte terramoto, as paredes não apresentam uma única fissura”, indicou o governante.
Situado na Avenida da Índia, o edifício, fundado no reinado de D. José, em 1771, tem sido também designado por Real Cordoaria da Junqueira, ou Real Fábrica da Cordoaria da Junqueira.
Ainda segundo Elísio Summavielle, foram feitas obras de drenagem por baixo do edifício antes de tornar a zona estanque.
As áreas do edifício estão agora a ser estudadas e será criado um programa de ocupação do espaço e mais tarde aberto um concurso para adaptação do edifício ao acolhimento do Museu Nacional de Arqueologia.
Os deputados questionaram ainda a tutela, no quadro da situação dos museus nacionais, sobre uma carta assinada por 25 diretores destas entidades, em solidariedade para com Graça Filipe, ex-subdiretora do Instituto dos Museus e da Conservação, que se demitiu em fevereiro alegando razões pessoais.
Na missiva, os subscritores pedem ainda que sejam debatidos os recursos financeiros, a reorganização da rede dos museus nacionais, com a anunciada saída, pelo IMC, de algumas unidades para a tutela das direções regionais de cultura e das autarquias.
O secretário de Estado louvou o trabalho desenvolvido por Graça Filipe, e, relativamente às questões levantadas na carta, indicou que as alterações que virão a acontecer “inserem-se no âmbito de uma reestruturação de toda a administração pública” e “passam por alterações às formas de gestão e orgânica”.
Quanto à saída de alguns museus, recordou que se insere no Programa Estratégico para os Museus anunciado no ano passado pelo Ministério da Cultura e que se encontra em curso.

Fonte: Destak

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