Ventura Terra
“Miguel Ventura Terra (1866-1919) – A Arquitectura Enquanto Projecto de Vida” é o título da primeira grande exposição sobre a vida e obra deste arquitecto português, patente no Museu Municipal de Esposende até ao final do ano.
No sentido de retratar o percurso académico, profissional e pessoal do homem que implementou e formalizou a Sociedade dos Arquitectos Portugueses, e que, pela sua abertura e contacto com o mundo cultural parisiense, soube cimentar a sua forma de fazer arquitectura num país político e culturalmente conturbado, esta exposição reflecte sobre os dias de uma sociedade ainda pouco urbana, que não se identificava com a nova arquitectura europeia, assim como sobre a atitude de um autor que não se deixou limitar pelos códigos linguísticos do passado, conferindo-lhes um sentido novo, renovador e vanguardista.
Ventura Terra edificou a mais moderna arquitectura portuguesa pela conjugação harmoniosa de materiais: a pedra, o azulejo, o vidro, a madeira e o ferro forjado em pormenores requintadamente desenhados, em que a função prática se valoriza num trabalho de composição deliberada, racionalizadora dos espaços, características que influenciaram as gerações futuras de arquitectos.
Das suas obras mais emblemáticas, destacam-se o Palácio das Cortes – actual Assembleia da República, o Santuário de Santa Luzia, em Viana do Castelo, o Liceu Camões, o átrio do Teatro Nacional de S. Carlos ou o Politeama, entre outras.