Património Grego ameaçado pela crise económica

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O Estado grego, asfixiado pela crise económica que assola o país, tem cada vez mais dificuldades em investir  preservação do Património Cultural helénico, uma das atracções turísticas do país e, provavelmente, um elemento essencial para a reactivação económica do país. Se, por um lado, as escavações oficiais estão paralisadas por falta de verba, por outro lado, as ilegais aumentam sem qualquer segurança, como denunciou a Associação de Arqueólogos Gregos. Muitas destas intervenções ditas ilegais, são financiadas por redes organizadas de tráfico de peças de arte.
Desde o começo do ano, dois roubos espetaculares de obras de arte nos museus, aparentemente por parte de bandos organizados, abalaram a Grécia, atestando as falhas na proteção do património, conhecidas há muito tempo, mas agravadas pelos cortes no orçamento, devido à crise. Cerca de 60 peças antigas, cujos vestígios remontam ao século X antes de nossa era, foram roubadas em fevereiro num museu de Olímpia, berço dos jogos Olímpicos. Em janeiro, três obras, entre elas um retrato de mulher doado por Picasso à Grécia e um Mondrian, foram roubados da Galeria Nacional.
Dos 106 museus arqueológicos e bizantinos, passando pelos 250 sítios organizados e 19 mil declarados com que conta a Grécia, apenas um punhado permanece ainda rigorosamente preservado: a Acrópole de Atenas, o monumento mais visitado da Grécia, com seu canteiro de restauração financiado pela União Europeia, e Knossos, o maior sítio arqueológico da Idade do Bronze na ilha grega de Creta, além de Delfos, Olímpia e Vergina, perto de Salônica, no norte.
Em todos os locais, a situação é difícil. Em Corinto, o local escavado pela escola arqueológica americana, fecha aos visitantes às 15h por falta de funcionários; e alguns museus do Dodecaneso, que significa “doze ilhas”, em grego antigo, na extremidade leste do Mar Egeu, vão ficar fechados até o mês de maio.
Para melhorar sua situação financeira, a Grécia decidiu autorizar a exploração publicitária de suas antiguidades, a começar pela Acrópole, uma iniciativa que era, até o momento, considerada sacrílega pelos arqueólogos.

Fonte: Terra. br

 

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