A Fauna e Flora no Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) | um artigo da autoria de Rogério Monteiro

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biodiversidade

Visitar a Serra da Estrela é muito mais do que observar a paisagem. Os seus tesouros estão escondidos entre a folhagem ou atrás de graníticos rochedos. Para assinalar o Dia Internacional da Biodiversidade, celebrado a 22 de Maio, fique a conhecer algumas das espécies que habitam a serra.

Por Rogério Monteiro*

Fotografia Fernando Romão**

 

A Serra da Estrela abriga cerca de 40 espécies de mamíferos, 150 espécies de aves, 30 espécies de répteis e anfíbios, oito espécies piscícolas e mais de 2500 espécies de invertebrados. (Madureira, Magalhães, Silva., Marinho & Oliveira: 2013). A biodiversidade, faunística e florística, impende sobre fatores geoclimáticos e da intervenção humana. A altitude e o clima dão forma a espécies diferentes de vertebrados e invertebrados, flores, árvores, plantas e diversas espécies arbustivas.

Podem encontrar-se no PNSE, a nível de fauna, a salamandra-lusitânica, o tritão-de-ventre-laranja, a lagartixa-de-montanha – espécie endémica vulnerável –, o lagarto-de-água, a rã ibérica, o andorinhão-pálido, a cobra-lisa-europeia, o melro-de-água, o pisco-de-peito-ruivo, o melro-das-rochas, o chapim-real, a toupeira-de-água, a lontra, o corvo, o gato-bravo etc.. A flora constitui-se por inúmeras espécies, onde se destacam carvalhais perenes mediterrânicos de azinheira e sobreiro, carvalho-alvarinho, freixos, amieiros, salgueiros, ulmeiros, azereiros, bétulas, teixos, urzais e giestais; no andar superior, localizado acima dos 1600-1800 metros de altitude, o menos desenvolvido, a vegetação predominante é constituída por festuca e silene – ambas espécies endémicas –, zimbro, piornais, caldoneirais, urzais, giestais e cervunais – estes de conservação prioritária –, charnecas, turfeiras e vegetação marginal e flutuante associada aos biótipos lacustres e cursos de água. A flora da Serra da Estrela representa cerca de um terço da fitodiversidade nacional. O planalto superior da serra da Estrela e da cabeceira do rio Zêzere incluem o mais importante conjunto de turfeiras e lagoas de origem glaciária.

Não se pode ignorar a presença humana que, desde sempre, por razões de sobrevivência, agricultura e pastorícia, contemporaneamente mais economicistas, fábricas de produção massiva, edificação imobiliária turística, de exploração privada a maior parte, alheios à preservação de bens naturais e culturais que são de todos, descurando, quase sempre, valores regionais identitários. Sendo assim, para proteção e conservação de toda a biodiversidade inscrita no património natural do PNSE, a sua classificação como bem de interesse público vem proibir essa construção desenfreada a que se sujeitava. A interdição à edificação desenquadrada, de pressão imobiliária descontextualizada, dá lugar a estruturas de natureza técnica, de proteção de um espaço biodiverso local, mas que também é global.

Fontes:

– Madureira, L., Magalhães, P., Silva, P., Marinho, C., & Oliveira, R. (2013). Economia dos serviços de ecossistema – um guia para conhecer e valorizar serviços de agroecossistemas em áreas protegidas de montanha. Lisboa: Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza.

– Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE), Seia

Sugestões Dia Internacional da Biodiversidade:

Dom. 22 Maio – Observação de Aves – Info: Câmara Municipal de Manteigas

* Rogério Monteiro, mestrando do curso de Mestrado em Turismo, Territórios e Patrimónios, na Universidade de Coimbra. Licenciado em Estudos Portugueses e pós-graduado em Ensino de Português como Língua estrangeira. Experiência profissional em países como Timor-Leste, RAE de Macau, França e República Checa. Viajante apaixonado, leitor e investigador.

** Fotografia gentilmente cedida por Fernando Romão, fotógrafo profissional apaixonado por natureza que muito tem dedicado à Serra da Estrela. http://wildlifeportugal.pt/index.php/pt/home/

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