Candidatura da Olaria de Bisalhães a Património da Humanidade: decisão conhecida dentro de dias

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O barro negro de Bisalhães, em Vila Real, está a um passo de ser considerado Património Imaterial da Unesco.

A candidatura vai ser apreciada pelo Comité Intergovernamental da organização, entre 28 Novembro e 2 de Dezembro, na Etiópia.

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, manifesta “muita esperança e a consciência” de que a autarquia fez “tudo para que este processo saia vitorioso”.

“Fizemos uma extraordinária candidatura, imaculada, que mereceu o parecer favorável e por unanimidade de todos os conselheiros. Temos agora a esperança de que na votação final tudo corra bem e que o processo de fabrico seja reconhecido pela Unesco como objecto de preservação”, sublinha o autarca.

O Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial anunciou, em comunicado, que reúne durante cinco dias em Addis-Abeba, a capital da Etiópia, com cantos, rituais, celebrações e tradições na agenda do encontro.

O processo de fabricação da olaria negra de Bisalhães, é candidato à inclusão na lista do património cultural com necessidade de salvaguarda urgente.

Para o presidente da Câmara de Vila Real, a classificação pela Unesco poderá significar um novo impulso a esta arte ancestral.

“O objectivo da candidatura e a sua inscrição por parte da Unesco é para lhe dar um novo impulso, para o salvaguardar e isso só é possível envolvendo jovens e acrescentando valor a esta arte”, realça Rui Santos, lembrando que “a arte que está em extinção” uma vez que só “há só cinco oleiros que fazem desta a sua actividade principal”.

A candidatura, segundo o autarca, “visa aumentar a visibilidade deste património” e representa também um “compromisso em larga escala com o plano de salvaguarda”. O plano, para ser aplicado até 2020, prevê um investimento de 370 mil euros.

De entre as medidas sobressai “o apoio aos oleiros existentes, através da melhoria dos postos de venda e do transporte de barro” e a aposta na educação e formação, através do incentivo da implementação de cursos de formação, em articulação com outras instituições da cidade, desde escolas à universidade.

A Olaria de Bisalhães é conhecida pela cor negra das suas louças. O segredo está no forno e nos métodos da cozedura. O forno é um buraco aberto na terra, da aldeia de Bisalhães, com paredes revestidas a barro, sendo as peças colocadas numa grelha em ferro, com a lenha a crepitar. A lenha também tem que ser especial: giestas, caruma e carquejas. A peça tem de ser abafada, depois, com terra escura, a mesma que vai dar a cor negra ao barro.

O processo de confecção da olaria de Bisalhães remonta, pelo menos, ao século XVI.

Fonte: Renascença

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