Candidatura do bombo a Património Cultural Imaterial “está pronta”

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A candidatura do bombo a Património Cultural Imaterial “está pronta”, mas tropeçou em problemas técnicos com a plataforma “on-line” de registo da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a MatrizPCI, disse o seu coordenador, Rui Júnior.

“Esta é uma candidatura feita pelos próprios detentores da tradição”, sublinhou Rui Júnior, realçando que a candidatura resulta de um trabalho iniciado em finais de 2015, que ficou “recentemente pronto”, e só não foi inscrita na MatrizPCI por “problemas informáticos”.

A MatrizPCI é a plataforma de informação e suporte ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, da DGPC, primeira etapa do processo de inscrição das manifestações imateriais, como medida para a sua salvaguarda e valorização.

Um passo seguinte será a candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade, que envolve outras entidades, nomeadamente a Comissão Nacional da UNESCO — Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, na tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas, destacou Rui Júnior, “nem a inscrição na MatrizPCI, nem a candidatura à UNESCO são objetivos em si”.

“Não estamos a trabalhar para a UNESCO, nem propositadamente para qualquer plataforma, todavia [tem a sua importância] ao nível da consideração que as entidades oficiais possam ter sobre este processo, que é coletivo e vem dos próprios detentores da tradição, e que o possam validar e valorizar, mas não é um objetivo em si”, disse Rui Júnior que coordena a candidatura com Jorge Castro Ribeiro, da Universidade de Aveiro.

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Antes de 1998, a atividade do bombo circunscrevia-se, fundamentalmente, às regiões do Douro, Minho, Trás-os-Montes e Beira Baixa, sobretudo a denominada Cova da Beira.

O mais antigo grupo de percussão do país, “Os Mareantes do Rio Douro”, tem sede em Vila Nova de Gaia, e data de “finais do século XVIII”.

Segundo Rui Júnior, o bombo define-se pela utilização da pele de um animal, a ressonância em madeira, e a corda de sisal, que, entretanto, tem passado para a corda de algodão, como o pinho tem sido substituído pelo contraplacado.

A inventariação da atividade do bombo teve em conta as regiões onde ela “é mais ancestral e mais viva”, estando “toda a documentação pronta a ser inserida na MatrizPCI”, o que não aconteceu no passado fim de semana, conforme o previsto, por impossibilidades técnicas.

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Fonte: Observador

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