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Antiguidade preciosa detetada no aeroporto de Heathrow

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Uma antiguidade preciosa, uma pedra com inscrições com milhares de anos da antiga Babilónia, foi detectada no Aeroporto de Heathrow quando o seu importador a tentava fazer entrar no Reino Unido sob a descrição “pedra esculpida para decoração doméstica”. Veio a descobrir-se ser um objecto raro nunca estudado e vai agora ser devolvido ao Museu do Iraque, em Bagdad.

O objecto em causa, uma pedra escura de cerca de 30 centímetros com escrita cuneiforme, é descrito pelo curador do Museu Britânico John Simpson, como “uma peça com qualidade de museu. Mesmo estando partida, deve estar exposta num museu”, disse ao Guardian, que avança a história este domingo. O objecto foi roubado no Iraque e agora foi classificado como propriedade da coroa britânica até ser devolvido ao Iraque, cerimónia que terá lugar no próximo dia 19.

Um importador não-identificado pelo jornal britânico tentou fazer passar o objecto pela Alfândega, mas um inspector das autoridades fronteiriças desconfiou da sua descrição, bem como do valor vago que lhe era atribuído – “300”, lia-se, sem se precisar qual a moeda a que se referia o valor. A sua origem, diziam os documentos de entrada no Reino Unido, seria a Turquia. O inspector alertou o Museu Britânico, que confirmou que o “objecto decorativo” era afinal um “kudurru“​, datado do segundo milénio antes de Cristo e que vale centenas de milhares de euros. O seu importador não conseguiu apresentar documentação válida que comprovasse a sua propriedade.

Um “kudurru” é uma estela ou laje de pedra gravada, normalmente com um formato arredondado no cimo e que era usado para fixar por escrito registos de propriedade – de terra ou outros bens – atribuídos pelo rei na Babilónia. Neste caso, este “kudurru” refere-se a uma campanha militar e data do reinado de Nabucodonosor I (Nabucodonosor II é o seu sucessor mais famoso, o monarca que durante mais tempo liderou o império babilónio e que a cultura contemporânea continua a celebrar, desde a ópera Nabucco, de Verdi, até aos filmes de ficção científica The Matrix).

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Fonte: Público

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