A Assembleia da República aprovou a resolução apresentada pela Comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto que recomenda a classificação do edifício da fábrica Confiança, em Braga, como património cultural e histórico.
Caso isso aconteça, a Câmara de Braga, atual proprietária do edifício onde operou uma saboaria e perfumaria histórica da cidade, fica impedida de poder alienar a antiga fábrica, numa altura em que a autarquia pretendia vender o edifício.
O documento aprovado no Parlamento pede ao Governo que tome as “diligências necessárias para que o processo de classificação patrimonial do edifício da antiga Fábrica de Saboaria e Perfumaria Confiança seja concluído com celeridade”.
Nenhum grupo parlamentar votou contra a resolução. PS, BE, PCP, PEV e PAN votaram a favor. Os deputados do PSD e do CDS abstiveram-se.
A venda do edifício foi contestada pelos cidadãos de Braga mal a assembleia municipal da cidade aprovou a medida, a 4 de outubro de 2018. Desde então, vários movimentos da sociedade civil bracarense têm promovido iniciativas para impedir a alienação do edifício centenário.
Para o movimento civil Plataforma Salvar a Fábrica Confiança, a votação na última reunião plenária da legislatura foi um “momento histórico para a defesa do edifício”.
Em comunicado, o movimento sublinha que este acontecimento revela um “amplo consenso entre partidos para que o edifício continue na esfera pública”. A Plataforma Salvar a Fábrica Confiança espera que esta resolução sirva para preservar a “memória coletiva” em torno de um “edifício industrial que”, dizem, “merece ser classificado”.
O documento aprovado recomenda que o Governo tente obter fundos europeus para a reabilitação do edifício. Esta resolução propõe ainda a eventual instalação de projetos culturais e museológicos que garantam a preservação do edifício na esfera pública.
As associações que compõem a Plataforma Salvar a Fábrica Confiança apresentaram, há duas semanas, uma proposta para que se permita abrir o edifício ao público, com o objetivo de o transformar num centro cívico e cultural na cidade de Braga.
Fonte: Rádio Renascença