É um dos artefactos mais icónicos da arqueologia egípcia e uma das peças centrais de uma descoberta que, passados quase 100 anos, continua a fascinar. O sarcófago de Tutankhamon, o jovem faraó que governou o Egipto entre cerca de 1332 e 1323 a.C., está ser restaurado pela primeira vez nas oficinas do Grande Museu Egípcio, o novo equipamento que está em construção há 15 anos junto às pirâmides de Gizé e tem inauguração marcada para o final do próximo ano.
O sarcófago onde a múmia deste jovem rei do Império Novo — terá morrido aos 18 anos — foi colocada apresenta fissuras nas suas várias camadas de ouro, que “no geral estão muito fragilizadas”, disse à agência Reuters Eissa Zidan, directora do departamento de conservação e restauro do Grande Museu Egípcio. A intervenção durará, no mínimo, oito meses.
O KV62 — nome técnico do túmulo do faraó Tutankhamon, assim conhecido por ter sido o 62.º a ser descoberto no Vale dos Reis, a necrópole da importante cidade de Tebas, actual Luxor — foi dado a conhecer ao mundo pelo arqueólogo e egiptólogo britânico Howard Carter em 1922, no decurso de uma campanha arqueológica carregada de peripécias dignas de um romance policial e que, naturalmente, fizeram correr muita tinta nos jornais.
Em meados de Julho, o sarcófago fez a viagem de 650 quilómetros que separa o vale do planalto de Gizé, onde se encontra o novo museu em que as autoridades do Cairo depositam boa parte das suas esperanças de relançamento do turismo no Egipto, afectado nos últimos anos por atentados terroristas e pela instabilidade política e social na região. Os técnicos do Grande Museu Egípcio estão agora a dedicar-lhe uma atenção especial, enquanto se ocupam da intervenção em centenas de outras peças do tesouro do rei Tut, como também é conhecido.
Fonte: Fugas