O Município de Viana do Castelo está a preparar um Museu Virtual da Memória Marítima. Com abertura anunciada para Março, o Museu tem como objectivo “abrir horizontes para documentos e histórias de vida da população local, segundo o vereador com o pelouro da Ciência e Conhecimento, Ricardo Jorge Carvalhido.
O projecto está neste momento em montagem. Implica uma componente física, de instalação de uma sala com equipamentos de consulta no próprio navio, mas, também, uma componente virtual, que, por exemplo, tornará acessível a toda a comunidade o acervo disponível no Centro de Documentação do Mar (CDM). Como um navio não é um sítio adequado para depósito de livros, a autarquia entendeu garantir, a partir do Gil Eannes e da internet, a consulta virtual aos 700 títulos já disponíveis no CDM, colocando as obras noutro local, mas ainda assim acessíveis, por requisição, a investigadores que necessitem de pesquisar os originais.
Entre os 700 títulos deste centro de documentação, há cerca de 200 livros sobre o mar, e muitos deles sobre “o mar de Viana”, 300 periódicos e 80 catálogos, explicou o vereador Ricardo Jorge Carvalhido. No entanto, como toda esta obra foi sendo produzida por “pessoas que, muitas vezes, nunca meteram o corpo no mar”, o município entendeu valorizar também um outro património, não escrito, mas presente ainda em muitas casas da zona ribeirinha da cidade. As histórias de vida de pescadores e marinheiros, e de trabalhadores de outras profissões, como os dos estaleiros de onde saíram navios que alimentaram o comércio marítimo e a pesca longínqua.
O Gil Eannes, que albergará, simbolicamente, este museu virtual, é um sobrevivente dessa história épica dos estaleiros locais, recuperado, pela sua cidade, para prolongar o seu percurso de antigo navio-hospital das campanhas do bacalhau, agora no papel de museu, atracado ao cais. E o novo serviço inclui, para além de vídeos com entrevistas a dezenas de vianenses, digitalizações de documentos e objectos relacionados com esse quotidiano marítimo, como cédulas profissionais, fotografias, ferramentas de trabalho e, no caso dos estaleiros, desenhos de embarcações, por exemplo.
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Fonte: Público
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