Os ministros da Cultura de todos os Estados-membros da União Europeia reuniram-se esta quarta-feira, 8 de abril, através de vídeo conferência, para discutir o impacto da pandemia da COVID-19, nos setores cultural e criativo.
A anteceder esta reunião, o presidente da Federação Europeia de Editores (FEP) elaborou uma carta, na qual alerta para a “gravosa situação do setor do livro na Europa” e apela “à concretização de medidas urgentes para proteger aquela que é a principal indústria cultural no continente europeu”, informou hoje a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).
Nessa missiva, Rudy Vanschoonbeek chama a atenção para a queda de 25% no volume de negócios prevista para 2020, e apela a um apoio financeiro direto à cadeia de produção e distribuição do livro, que permita, desde já, aliviar os efeitos mais imediatos da crise.
O representante dos editores pede ainda à União Europeia que, para além das medidas adotadas transversalmente para todas as empresas, se comprometa a financiar integralmente o Programa Europa Criativa, integrando uma rubrica orçamental específica dedicada ao livro.
A atualização da Garantia Financeira dedicada aos setores criativos, de modo a cobrir as necessidades urgentes de liquidez das empresas na cadeia de valor editorial é outra das medidas requeridas, assim como assegurar que qualquer verba da UE destinada a ajudar a enfrentar a crise inclua fundos dedicados aos setores culturais, incluindo o do livro.
A intensificação dos investimentos públicos na compra de livros para as instituições, especialmente as bibliotecas, a fim de restaurar a sustentabilidade do setor, é mais outra proposta deixada ao Conselho Europeu.
Começando por assinalar que o setor do livro, “a primeira indústria cultural da Europa”, foi “terrivelmente atingido pela crise”, o presidente da FEP destaca que “os novos títulos foram cancelados (com consequências dramáticas para os autores, os tradutores e os editores) e as livrarias estão fechadas”.
Enquanto isso – destaca – os livreiros procuram soluções inteligentes para entregar livros e as vendas eletrónicas crescem, mas nada disto, em lugar nenhum, está perto de substituir as vendas perdidas em loja.
“O setor já sofreu uma perda acumulada de cerca de 25% do volume de negócios estimado para 2020”, afirma Rudy Vanschoonbeek na carta, à qual anexa uma primeira avaliação com base nas informações que a federação está a recolher junto dos seus membros.
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Fonte: SAPO