A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) anunciou ter pedido um “estudo de formas alternativas de garantir a estabilidade das estruturas a edificar”, na Sé de Lisboa, “no sentido de minimizar a afetação dos vestígios arqueológicos” encontrados.
“Cumpre-nos sublinhar que os dados conhecidos até ao momento são inequívocos quanto à excecionalidade científica e patrimonial dos achados, tratando-se de estruturas associadas ao complexo da mesquita maior da cidade de Lisboa em época islâmica, singulares no contexto nacional e relativamente raros no panorama europeu”, escreveram os professores universitários.
No mesmo comunicado de hoje, a DGPC dá conta da visita, “por um primeiro grupo de individualidades”, ao estaleiro de obra nos claustros da Sé, constituído por representantes do Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS), da Comunidade Islâmica de Lisboa e da Associação dos Arqueólogos Portugueses.
Este grupo, segundo a DGPC, engloba ainda os investigadores Rosa Varela Gomes, Cláudio Torres e Vítor Serrão, a quem pediu “um parecer” no sentido de “ajudar à apreciação do assunto em sede da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico (SPAA), do Conselho Nacional de Cultura, órgão consultivo da DGPC”, que foi já convocado de urgência, para avaliar a situação.
No passado dia 30 de setembro, o diretor-geral do Património Cultural, Bernardo Alabaça, disse à Lusa que “fosse qual fosse” o parecer do Conselho Nacional de Cultura, este seria acatado.
Na próxima quinta-feira, os conselheiros que compõem a SPAA efetuam uma visita à Sé de Lisboa, com “o objetivo de recolher todos os elementos necessários à sua ponderação”, adiantou hoje a DGPC.
Este organismo, tutelado pelo Ministério da Cultura, pediu também um parecer ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) “sobre as atuais condições de segurança da obra, cujos trabalhos essenciais se encontram suspensos”.
No comunicado de hoje, a DGPC sublinha que “considera fundamental facultar aos membros da SPAA uma pluralidade de perspetivas e de soluções que possam auxiliar o parecer final a emitir por este órgão, ao qual a DGPC se vinculará”.
“O objetivo é equacionar todas as alternativas viáveis para a salvaguarda do património arqueológico na Sé Patriarcal de Lisboa”, garante a DGPC.
Fonte: RTP