Abdulrazak Gurnah, que nasceu em 1948 em Zanzibar, na Tanzânia, e vive desde a adolescência no Reino Unido, é o primeiro autor negro africano a ser reconhecido pela Academia Sueca em mais de trinta anos, depois do nigeriano Wole Soyinka.
Ao longo da sua carreira literária, publicou dez romances e uma série de contos, dedicando todo o seu trabalho aos legados do colonialismo, exílio e dos refugiados, temas que refletem a sua própria experiência de vida. No entender do comité sueco, a obra literária de Abdulrazak Gurnah é um “retrato vívido e preciso de uma outra África, numa região marcada pela escravatura e por diferentes formas de repressão de vários regimes e poderes colonialistas: português, indiano, árabe, alemão e britânico”.
Em Zanzibar, onde ainda vivem familiares de Gurnah, a notícia da atribuição do Nobel de Literatura foi recebida com alegria, embora só os habitantes mais velhos se lembrem do escritor e poucos tenham lido alguma das suas obras, já que são difíceis de encontrar, como conta o ministro da Educação, Simai Mohammed Said, à Associated Press.
Ainda assim, o ministro, cuja mulher é sobrinha do laureado, considera que Gurnah é “um filho de Zanzibar que trouxe muito orgulho” à ilha.
“Que a tribo cresça!”, exclamou Soyinka, Nobel da Literatura em 1986, citado pela Associated Press.
Fonte: Notícias ao Minuto