O espólio de Ilda Reis, composto por cerca de 90 gravuras, vai ser doado à Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), em Lisboa, no próximo dia 2 de outubro, por iniciativa da herdeira, Violante Saramago Matos, anunciou a instituição.
Desde julho de 2002 que, igualmente por vontade da filha, a coleção de gravuras de Ilda Reis se encontrava em depósito na BNP, mas agora este espólio artístico, que “marcou de forma muito relevante o panorama da arte da gravura em Portugal”, passa a ser um património inteiramente público.
Passando a integrar a coleção da BNP, o espólio de Ilda Reis será preservado para a sociedade, contribuindo também para um melhor “conhecimento de investigadores e artistas”.
A biblioteca destaca que esta iniciativa se integra numa comemoração maior do centenário da artista, que inclui a exposição “O Que É Vida e o Que É Morte”, com curadoria de Ana Matos, inaugurada em junho e em exibição até 7 de outubro.
A BNP, que considera Ilda Reis uma “referência incontornável” da gravura em Portugal, explica que o título da exposição é tomado de um poema de Fernando Pessoa, que a própria artista usou como inspiração para uma das suas gravuras, intitulada “Enigma” (1985).
Nesta mostra, apresentam-se cerca de 30 trabalhos de gravura — em metal, madeira e técnicas mistas — produzidos entre os anos de 1966 a 1994, que se relacionam com a poesia e a música.
Estão também em exibição documentos e artefactos relacionados com a atividade artística de Ilda Reis como catálogos, fotografias da época, matrizes e utensílios de gravura.
Nascida a 1 de janeiro de 1923, em Lisboa, Ilda Reis estudou na Escola de Artes Decorativas de António Arroio, na Sociedade Nacional de Belas Artes e na Gravura — Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses.