O Museu do Tesouro Real apresenta três novas aquisições, pertencentes a D. Maria I – dois colares e brincos e uma pulseira de ouro, safiras e diamante – adquiridas pelo Estado por 66 mil euros.
É um “regresso a casa”, é desta forma que a conservadora das coleções de ourivesaria e joelharia do Palácio Nacional da Ajuda se refere ao conjunto de três joias que agora se junta à coleção do Museu do Tesouro Real, em Lisboa.
Em comum, as peças têm o facto de terem pertencido à coleção privada da Rainha D. Maria Pia de Saboia, mulher de D. Luís e mãe do Rei D. Carlos. Foram joias que foram colocadas no “prego” pela monarca, diz José Alberto Ribeiro.
O diretor do Palácio da Ajuda diz que as joias “estavam empenhadas no Banco de Lisboa que mais tarde veio a ser o Banco de Portugal. Era uma forma da rainha obter empréstimos, dos muitos empréstimos que foi fazendo ao longo da sua vida”.
A Rainha D. Maria Pia que morreu em Itália em 1911, tinha empenhado as joias “mais valiosas que tinham pedras preciosas”, explica a conservadora Teresa Maranhas no banco. Essas peças foram usadas pela República para se financiar quando “precisou de dinheiro”, indica José Alberto Ribeiro.
Em 1912, em julho, o Banco de Portugal realizou o tal leilão em que alienou quase 400 joias e pratas da Rainha D. Maria Pia. O leilão foi um acontecimento, “muito concorrido” explica o diretor do Palácio da Ajuda. Colecionadores nacionais e internacionais, assim como comerciantes terão acorrido ao leilão que foi noticiado na imprensa nacional e internacional.