A curta-metragem “24 memórias por segundo”, de Carlos Miranda, que revela o trabalho de memória dos arquivos da Cinemateca Portuguesa, vai ser exibida na próxima semana no MoMA, o museu de arte moderna de Nova Iorque.
filme é uma primeira obra de Carlos Miranda, rodada nos espaços do Arquivos Nacional da Imagem em Movimento, e faz parte da programação do Doc Fortnight, o festival de cinema, não competitivo e de documentário, organizado por aquele museu de arte.
Em entrevista à agência Lusa, Carlos Miranda, um designer gráfico de 35 anos que se apaixonou pelo cinema, explicou que este filme é “uma justa homenagem ao trabalho” no ANIM: A preservação da memória, fixada em centenas de bobines de filmes e objetos cinematográficos que contam uma história do cinema.
“Foi pela paixão do cinema que, cruzada com uma visita ao ANIM, percebi que aquele espaço estava ali escondido demais para a importância que tem. Até para mim, que era interessado pelo cinema, pareceu-me um objeto cinematográfico muito singular”, contou.
A Cinemateca deu-lhe carta branca para filmar no edifício, localizado em Bucelas, e Carlos Miranda passou três dias de filmagens nas várias salas do ANIM e entrevistando quatro trabalhadores de áreas distintas, da museologia ao laboratório.
“Sendo um documentário, eu não queria fazer um filme excessivamente técnico, queria que tivesse alguma poética associada. [Que] fosse uma coisa quase nostálgica, quase com uma referência à memória que, por via do trabalho daquelas pessoas, consegue ser perpetuada”, referiu.
“24 memórias por segundo” foi feito praticamente sem orçamento e com o “espírito ‘do it yourself'”, numa “mistura de ousadia e ingenuidade”, contornando a “barreira burocrática” dos concursos de apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual.
Depois de ter sido exibido nos festivais DocLisboa e Caminhos do Cinema Português, “24 memórias por segundo” faz a estreia internacional no contexto de um convite para o festival do MoMA.
Fonte: DN
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