A Coleção Berardo continua envolta em polémica. Depois de o secretário de Estado da Cultura ter dito ontem no Parlamento que as entradas gratuitas no Museu são para acabar, o dono das obras de arte insurgiu-se esta quarta-feira contra Francisco José Viegas. Para Joe Berardo, o problema de Viegas com o Museu Coleção Berardo é “ uma questão pessoal” contra o próprio empresário. O comendador acusa Francisco José Viegas de estar a fazer desaparecer a cultura em Portugal.
“O homem já trabalhou para mim, ele era diretor da Gazeta dos Desportos, e eu acho que ele não gosta de mim, pronto”. A reminiscência de uma relação profissional mal resolvida é, para Joe Berardo, a motivação de Francisco José Viegas, primeiro contra a compra da coleção de arte por parte do Estado e depois contra as entradas gratuitas no Museu lisboeta.
O empresário madeirense confessa-se “muito triste” com as últimas declarações do secretário de Estado, questionando-se sobre “como é possível uma pessoa individual fazer aquelas coisas no Parlamento”. As “coisas” que desagradaram Berardo foram proferidas ontem na Comissão de Educação, Ciência e Cultura no Parlamento.
Francisco José Viegas considerou “suficientes” os 26 milhões de euros gastos até agora pelo Governo com o Museu Coleção Berardo, pelo que agora é tempo de controlar os visitantes e “ganhar algum dinheiro com isso”, disse o responsável da Cultura aos deputados, acrescentando que o valor investido pelo Estado “é mais do que suficiente para construir uma marca – a marca Berardo”.
Incomodado com as ideias de Viegas, Joe Berardo atirou-se ao secretário de Estado com palavras duras: “Será que ele vai ficar até 2016? A cultura desaparece toda. Eu acho que este Governo tem de reanalisar a parte cultural”, reclamou o empresário. “Nunca precisei do Governo para me promover. Os portugueses é que precisam da coleção para promover os artistas portugueses e a sociedade portuguesa”, salientou Berardo.
Fonte :LUSA
