Simonetta Luz Afonso considera que os museus devem recorrer a parcerias para enfrentar a crise

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Contactada pela agência Lusa, a primeira diretora do antigo Instituto Português de Museus considerou que esse “recurso a parcerias e mecenas, procurando novas fontes de receita, pode trazer soluções criativas para enfrentar as dificuldades”.

“Nestas décadas, Portugal mudou muito, e o setor dos museus também. Sobretudo a partir dos anos 1990, fez-se um grande investimento em obras e exposições, em formação, na melhoria de serviços e isso não deve perder-se com a crise. Seria muito negativo perder o que se conquistou”, alertou.

Simonetta Luz Afonso sublinhou que “as dificuldades aguçam o engenho, e há privados que gostariam de participar em projetos, como se tem visto com os casos do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa”, com a parceria da produtora Everything is New.

Defende, no entanto, que “o Estado tem sempre de garantir a conservação, a segurança, os recursos humanos e as grandes obras nos museus, que nunca devem ser um sítio morto, mas sim dinamizado”.

A também ex-presidente do Instituo Camões recordou a importância do “boom” dos anos 1990 no setor, a realização de grandes investimentos e exposições que lançaram Portugal nos roteiros internacionais dos museus.

“Os museus dos dias de hoje nada têm a ver com os tempos de antes do 25 de Abril. Eram instituições paradas, escuras, fechadas em si mesmas, num conceito de museu do século XIX”, recordou.

Com a Revolução, abriram-se horizontes: “Portugal deixou de ter a atitude de orgulhosamente só e de ser excluído do circuito internacional dos museus. Nasceram várias associações de defesa do património e especialistas que começaram a fazer recolhas por todo o país”, recordou.

Fonte: Notícias ao minuto

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