Coleção gravuras de Rembrandt descoberta em Águeda

1964

Rembrandt-pintor

O acaso de uma arrumação ao depósito da Fundação Dionísio Pinheiro, em Águeda, levou à descoberta da maior coleção do mundo de gravuras de Rembrandt, que pertenceu à Biblioteca Nacional de Paris. Entretanto, Maria José Goulão, antiga conservadora do Museu, já veio a público contestar esta notícia. Segundo a historiadora de arte, citada pelo Observador, “um portfólio de cerca de 300 REPRODUÇÕES do lote original de águas-fortes de Rembrandt, feitas em França no séc. XIX segundo o processo da heliogravura, possivelmente com alguns retoques manuais a ponta-seca. Trata-se de excelentes facsimiles, e não de gravuras feitas à mão. São tão convincentes que são frequentemente postas à venda por leiloeiros pouco escrupulosos como tiragens das matrizes originais de Rembrandt, mas de facto são tudo menos águas-fortes atribuíveis ao pintor. A col. completa terá um valor de mercado aproximado de cerca de 9 000€, no total das cerca de 300 gravuras. E já agora, a col. não foi objecto de nenhuma descoberta recente; esteve desde o início identificada (eu mesma manuseei muitas vezes as pastas com estas reproduções), foi inventariada e classificada e foi mesmo objecto de um artigo publicado numa revista da especialidade pela minha sucessora, a Dra. Madalena Cardoso da Costa”. 

A Fundação, criada por testamento de um empresário do setor têxtil que fez fortuna no Porto, tem expostas 14 das 282 gravuras até ao final de junho e tem sido procurada por especialistas, estando aberta a que seja feito um estudo exaustivo da coleção.

Dionísio Pinheiro, que viveu entre 1891 e 1968, foi aos 11 anos trabalhar para o Porto como marçano nos Armazéns Cunha e frequentava à noite a Escola Industrial. Deram-lhe sociedade nos Armazéns e não mais parou, desdobrando-se em atividades comerciais e industriais, de que é exemplo a criação de uma fábrica de tecidos em Rebordões, Santo Tirso.

Fonte: Diário Digital / Lusa e Observador

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