Cidades britânicas candidatas a capital europeia da cultura sofrem as consequências do Brexit

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A Comissão Europeia avisou as autoridades britânicas que, com o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, as cidades do Reino Unido candidatas a capital europeia da cultura devem abandonar as suas candidaturas.

Esta é a mais recente consequência da decisão de Londres em prosseguir com o Brexit, apesar de o estatuto estar aberto a candidaturas de cidades europeias fora do bloco dos 28 da UE, frisa o jornal Standard. Em causa estão cinco candidaturas a capital da cultura em 2023: Dundee, Nottingham, Leeds, Milton Keynes e a proposta conjunta de Belfast, Londonderry e Strabane.

O departamento governamental com a área da cultura manifestou desacordo com a decisão da Comissão e disse-se “profundamente desiludida” por a comunicação não ter sido feita antes das cidades apresentarem as suas candidaturas finais, no mês passado. “Não estamos a abandonar a Europa,” insistiu aquela entidade.

A escolha da capital europeia da cultura é rotativa, entre os vários países europeus, e o Reino Unido deveria ser o escolhido para a edição de 2023. Fora da UE já foram anteriormente galardoados com o estatuto as cidades turca de Istambul, a norueguesa Stavanger e a capital islandesa, Reiquiavique.

“De acordo com as regras adoptadas pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho (…) esta acção não está aberta a países terceiros, excepto países candidatos e países da Associação Europeia do Livre Comércio/países da Área Económica Europeia,” disse uma porta-voz da Comissão.

“Continuamos comprometidos em trabalhar com as cinco cidades britânicas que apresentaram candidaturas, para as ajudarmos a materializar as suas ambições culturais e estamos em discussões urgentes com a Comissão sobre o assunto,” afirmou por seu turno o representante do departamento britânico da cultura.

A saída do Reino Unido da União Europeia está aprazada para o dia 29 de Março de 2019, o que exclui assim as cidades britânicas de serem capitais da cultura na edição que se realiza quatro anos depois.
Fonte: Jornal de Negócios
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