Estado compra a “Anunciação”

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A Anunciação, de Álvaro Pires de Évora, foi comprada em leilão da Sotheby”s por 350 mil euros. O Museu de Arte Antiga pediu ao ministério da Cultura que a comprasse, e o Estado avançou. Torna-se na segunda do pintor em museus nacionais. A obra foi adquirida por 280 mil euros, 349 mil (435 mil dólares), se contarmos com a comissão da leiloeira.

O Ministério da Cultura, a quem o MNAA havia pedido que comprasse a obra no leilão, tinha um teto máximo definido de 250 mil euros; daí que a ele se tenha juntado o Grupo dos Amigos do MNAA, que contribuiu com 25 mil euros, e seis mil euros que vieram do “fundo da gaveta remanescente da campanha do Sequeira”, explica o diretor,  António Pimentel referindo-se à campanha Pôr o Sequeira no Lugar Certo, que entre 2015 e 2016 reuniu dinheiro para comprar A Adoração dos Magos, de Domingos Sequeira por 600 mil euros. Acabaria por sobrar o suficiente para isto e para comprar um retrato de D. João V com a Batalha de Matapão, pintado por Giorgio Domenico Duprà em 1717. “No fim de contas acaba por fazer uma história bonita: são os portugueses todos que ajudam a pôr agora o Álvaro Pires de Évora no lugar certo.”

Esta pintura de 1434 junta-se assim ao quadro A Virgem com o Menino entre S. Bartolomeu e Santo Antão, sob a Anunciação, comprado em 2001, e parte da coleção do Museu de Évora. São as duas únicas obras em Portugal desse pintor do século XV cuja vida permanece maioritariamente um mistério. Terá vivido quase sempre em Itália mas, no retábulo da igreja de Santa Croce em Fossabanda de Pisa, assinou o seu nome em português.a Apostle. Agora já não.

A Anunciação, que em 1994 integrou a exposição Álvaro Pires de Évora : um pintor português na Itália do Quattrocento, única grande mostra dedicada ao pintor, comissariada por Pedro Dias, pertenceu à família de Heinz Kisters e à do chanceler alemão Konrad Adenauer, uma das mais marcantes figuras do pós-guerra.

Fonte: DN

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