A Parques de Sintra foi distinguida nos Prémios APOM 2018 com um Prémio na categoria Incorporação e uma Menção Honrosa na categoria Investigação.
O prémio atribuído na categoria Incorporação, em Ex aequo com a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, centrou-se no processo de aquisição de um relevo renascentista em mármore, que integrou originalmente as coleções do grande colecionador de arte britânico Sir Francis Cook (1817-1901), no Palácio de Monserrate. Tendo sido alienada na década de 1940, esta peça florentina do séc. XV, com uma representação escultórica da Virgem com o Menino, atribuída ao escultor Gregorio di Lorenzo, foi recuperada após um longo processo de negociação, no momento em que corria o risco de ser vendida para o estrangeiro.
A compra do relevo inaugurou uma política de aquisições por parte da Parques de Sintra de peças originais do acervo de Monserrate, com vista à sua musealização, de maneira a ilustrar a vivência do palácio e as coleções de arte ali reunidas. Encontra-se atualmente patente ao público no âmbito da exposição “Monserrate Revisitado: a coleção Cook em Portugal”, que termina a 31 de maio, e reúne outros objetos da antiga coleção, na posse de instituições museológicas e coleções particulares.
A peça identifica-se em fotografias antigas da escadaria interior do Palácio, junto a outras esculturas da coleção, e é hoje um elemento central do acervo deste monumento. Em 2015, a Direção-Geral do Património Cultural, abriu um processo de classificação “como bem de interesse nacional” para o relevo. Em despacho publicado no Diário da República é referido que a “sua proteção e valorização representam valor cultural de significado para a Nação”.
Menção Honrosa na categoria Investigação
Já o projeto editorial da Parques de Sintra “Coleções em Foco | Palácios Nacionais | Sintra Queluz Pena” mereceu uma Menção Honrosa na categoria Investigação, com o Retrato de Jovem Nobre, Cavaleiro da Ordem de Calatrava. Palácio Nacional de Sintra, a primeira monografia da iniciativa.
O projeto “Coleções em Foco | Palácios Nacionais | Sintra Queluz Pena” tem por objetivo a publicação e divulgação de investigações e estudos recentes sobre objetos, personagens e temas que envolvam os acervos dos Palácios Nacionais de Sintra, Queluz e Pena, ou outros acervos ligados às vivências da família real nestes espaços.
O primeiro número, agora distinguido, é da autoria de Fernando Montesinos, historiador da arte e museólogo, conservador do Palácio Nacional de Sintra, e diz respeito a um retrato de corte que ingressou nas coleções reais como Retrato do Rei D. Sebastião. Uma pintura emblemática deste monumento, sobre a qual persistiam muitas interrogações entretanto resolvidas, nomeadamente a identificação do personagem representado (Diego Gómez de Sandoval, Comendador-mor da Ordem de Calatrava, Conde de Saldaña e tio de Luísa de Gusmão, consorte do primeiro Rei português da dinastia de Bragança), a confirmação da autoria do retrato (Juan Pantoja de la Cruz, principal retratista da corte espanhola entre final do século XVI e início do século XVII, durante o reinado de Filipe II de Portugal), a datação da pintura (entre 1605 e 1608), a identificação dos intervenientes no processo de aquisição e do local e data de compra (rainha D. Maria Pia, Paris, 1885) e a sua relação com outras coleções (Norton Simon Museum). A publicação está disponível em www.parquesdesintra.pt.
O segundo número encontra-se em fase de produção e complementará a exposição “A Royal Lunch. A visita a Sintra da Rainha Alexandra do Reino Unido”, projeto expositivo do Palácio Nacional de Sintra, em colaboração com o Palácio Nacional da Ajuda, integrado na iniciativa “A Place at the Royal table”, da Associação de Residências Reais Europeias, no âmbito do Ano Europeu do Património Cultural 2018.
Fonte: Parques de Sintra
