Gulbenkian diz que Câmara de Oeiras falhou pagamento de mostra sobre Darwin

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A Fundação Calouste Gulbenkian diz que a Câmara de Oeiras não cumpriu o plano de pagamentos ao qual se comprometeu quando aceitou financiar a exposição “A Evolução de Darwin” em 500 mil euros. A autarquia deveria ter pago este valor em duas prestações até Dezembro de 2008, mas ainda está em falta com 125 mil euros.
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Este esclarecimento vem na sequência da notícia do PÚBLICO da passada segunda-feira, sobre o alegado “mau estado” de conservação dos materiais que chegaram a Oeiras em Agosto, com destino ao futuro Museu de Ciência do concelho.
Segundo documentos internos da autarquia, o acervo, que depois da Gulbenkian esteve exposto em Granada (Espanha) e na Casa Andresen do Porto, corresponde a “material expositor na sua maioria em mau estado, desconjuntado, apodrecido, algumas coisas partidas e sem qualquer aproveitamento”.
Os técnicos camarários dizem mesmo que o material recebido não serve para voltar a montar a exposição.
Em respostas enviadas ao PÚBLICO por email, a Câmara de Oeiras disse apenas que os materiais “estão acondicionados nas melhores condições, tal como vieram da exposição do Porto”. No entanto, de acordo com os documentos internos, muitos materiais já chegaram ao Porto estragados e nem sequer foram expostos.
Sobre o pagamento à Fundação, a Câmara de Oeiras admitiu que “foi pago até ao momento 75% sobre a verba estabelecida no protocolo”, sem referir quaisquer razões para o montante em falta.
Na carta, Diogo de Lucena refere ainda que “apesar do incumprimento da câmara a Fundação fez a entrega desse material, incluindo peças de enorme valor museológico e patrimonial que não estavam inicialmente previstas no plano da exposição”, referindo-se nomeadamente a uma escada de ADN que integrou a exposição no Porto.

“A Fundação continua disponível para colaborar na realização do projecto do museu”, remata o administrador.

Fonte: Público, 01.02.2012

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