Levar o cinema mais longe 11º Arouca Film Festival, por César Nóbrega

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Os festivais de cinema são a melhor escolha para se ver cinema fora do circuito “mainstream”. As salas de cinema dos centros comerciais (os cinemas clássicos estão a desaparecer a uma velocidade estonteante) estão a abarrotar de propostas fáceis e divertidas, cheias de acção e efeitos especiais.  A Sétima Arte é muito mais que isso… o cinema serve para contar histórias, mostrar sentimentos, incomodar o público e chamar a atenção para problemas que não gostamos de saber que existem. Ainda bem que muitas das políticas culturais das autarquias portuguesas foi a construção ou reconstrução de centros de artes e espectáculos. As salas não são inteiramente dedicadas aos filmes, contudo permitem que os cineclubes, por exemplo, possam trabalhar na educação de publicos. É que fazer capitais europeias da cultura em cidades como o Porto e Guimarães pode ser importante,  mas oferecer a vilas com pouco mais de 3 mil habitantes a oportunidade de ver coisas que nem imaginam possíveis é muito mais que isso, é trabalhar para as pessoas. O Arouca Film Festival vai na sua décima primeira edição, e está mais ambicioso. Nos dias 13, 14 e 15 de Setembro esta vila da Grande Área Metropolitana do Porto, que fica a 60 quilómetros da Invicta, recebe 41 filmes de 9 países para competições em áreas como o documentário, ficção, experimental, videoclip e animação. Estiveram em pré-selecção três centenas de filmes. Como explica a organização do festival: Além das secções competitivas, o Arouca film Festival promove também encontros, debates, workshops e concursos de curtas metragens. Serão três dias repletos de cinema, música, dança e muita animação, num festival que pretende apoiar e promover obras recentes e de qualidade reconhecida do circuito cinematográfico mundial, bem como novas obras e produções independentes. São três dias para viver cinema. Na selecção oficial encontram-se algumas preciosas películas. A primeira curta-metragem da actriz São José Correia (conhecida nomeadamente das novelas), “Uma noite na praia”, vai deixar muito boa gente de boca aberta. Vitor Norte é um homem com cinquenta e poucos anos e com alguns problemas curiosos.

http://www.youtube.com/watch?v=9k3O0QCbu40

O espanhol “Dios por el cuello” é polémico, uma vez que trata da religião e religião é sempre polémica.

http://www.youtube.com/watch?v=5t-UcmIeK5I

Também o sexo é assunto de conversa, seja em “Otra Cosa”,

http://vimeo.com/60837802

ou “Sexo Explicito” de Jose Manuel Carrasco.

http://vimeo.com/67468554

Quem tem lágrima fácil, não pára de se emocionar com “16.10.12 de António Aleixo,

http://vimeo.com/59649952

e, “Alma Perturbada” da prata da casa, de Arouca, Luis Teixeira. Na animação o cineclube de Avanca apresenta “A Nau Catrineta” e nos videoclips “Eles comem tudo” inspirado no imaginário de George Orwell.

http://www.youtube.com/watch?v=_pemvuquDeQ

Finalmente, e entre outros, “Hair” de João  Seiça, ou como a beleza feminina pode ser.

http://vimeo.com/70551232

E estes são só alguns. Arouca tem muita sorte. Pudessem todas as vilas portuguesas ter um festival que permitisse uma tão diversa colecção de filmes e experiências.

 

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