Faculdade de Belas-Artes fecha em protesto contra cedência de espaço ao Museu do Chiado

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A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa foi ontem encerrada em protesto contra a cedência de espaço do Convento de São Francisco ao Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (MNAC-MC), anunciou a instituição.

De acordo com um comunicado enviado à comunidade da Faculdade de Belas-Artes, assinado pelo diretor da entidade, Luís Jorge Gonçalves, o protesto resulta da “indignação” pela cedência de um espaço “às custas de espaços devolutos” nos edifícios onde a unidade de ensino artístico também se encontra.

O protocolo foi assinado na quarta-feira, em Lisboa, pelo Ministério das Finanças, o Ministério da Administração Interna (MAI) e a Secretaria de Estado da Cultura (SEC).

De acordo com o comunicado, a direção da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa foi “surpreendida”, pela comunicação social, com a notícia do protocolo assinado para a cedência de 3.300 metros quadrados para o MNAC-MC.

Em protesto, decidiu encerrar hoje simbolicamente a Faculdade a partir das 08:00, e durante todo o dia.

A direção recorda que a entidade tinha estado envolvida nas negociações para partilha do espaço com o MNAC-MC e a Câmara Municipal de Lisboa.

“Esta assinatura à revelia reveste-se de gravidade, pois consubstancia uma deslealdade entre as restantes partes interessadas”, sustenta a Faculdade, que pede a anulação do protocolo assinado na quarta-feira.

No protocolo, determina-se que o museu iria também acolher, futuramente, uma área museológica dedicada à História da Polícia de Segurança Pública (PSP).

O protocolo foi assinado pela ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.

Em janeiro deste ano, o novo diretor do MNAC-MC, David Santos, tinha revelado à agência Lusa que esperava para este ano a “resolução parcial” da falta de espaço da entidade, também instalada numa parte do convento.

Um dos principais problemas do museu nos últimos vinte anos – que tinha sido apontado por vários responsáveis que já passaram pela direção, desde Raquel Henriques da Silva, a Pedro Lapa, Helena Barranha e Paulo Henriques – era a exiguidade do espaço para mostrar uma das mais importantes coleções públicas de arte do país.

Fonte: IOnline

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