Zorra de carvão devolvida à população de Gondomar

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A Zorra n.º 53, equipamento que serviu nas décadas anteriores a 1960 para transportar carvão entre São Pedro da Cova, Gondomar, e Massarelos, no Porto, foi “salva” e  “devolvida” à população de Gondomar.

“Esta peça faz parte da identidade das gentes de São Pedro, faz parte das memórias e está colocada no jardim exterior do Museu que conta exactamente a história deste povo”, explicou à agência Lusa Micaela Santos, curadora do Museu Mineiro de São Pedro da Cova, freguesia do distrito do Porto, cujos habitantes estão intimamente ligados às minas que serviam para extrair o carvão que abastecia grande parte do país.

Na tentativa de baixar os custos associados à aquisição de carvão, a Companhia de Carris de Ferro do Porto criou uma linha eléctrica para a circulação de zorras que são carros eléctricos vocacionados para transporte de carvão e cinzas.

A Zorra n.º 53 – que estava sinalizada para abate pela Sociedade de Transportes Colectivos do Porto mas foi entregue à freguesia na década de 90 – serviu para fazer o trajecto desde as minas e a Central Termoeléctrica de Massarelos que foi desactivada em 1960.

“A zorra, ao longo dos anos, foi-se degradando e mas a sua ‘morte’ era algo que não podíamos deixar que acontecesse porque esta peça diz muito à população. Agora vamos devolvê-la”, indicou o presidente União de Freguesias de Fânzeres/São Pedro da Cova, Daniel Vieira.

Para cumprir este propósito, a “devolução” da zorra, os responsáveis locais levaram a cabo ao longo de dois anos uma campanha de angariação de fundos.

Segundo Micaela Santos foram precisos 15.000 euros para “salvar” a zorra n.º 53, tendo a verba sido angariada através de iniciativas como concertos solidários ou o passeio de BTT que recentemente juntou mais de 400 participantes.

Também a câmara de Gondomar, a Junta de Freguesia, a Liga de Amigos do Museu Mineiro de São Pedro da Cova, espaço cultural que recebe em média 7.000 visitantes por ano, e a Escola Profissional de Gondomar contribuíram para esta requalificação.

Fonte: Público

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