Cabo Verde quer candidatura conjunta do Tarrafal a património da humanidade

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Cabo Verde quer que a candidatura do campo de concentração do Tarrafal a património da humanidade seja conjunta com Angola e Portugal, envolvendo a Guiné-Bissau, anunciou esta segunda-feira o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas. Em declarações à agência Lusa, em Lisboa, Abraão Vicente revelou que a intenção do Governo é “fazer do campo de concentração uma espécie de campo internacional pela paz”.

“Vamos apresentar uma candidatura que não retrata apenas o sofrimento e um certo estigma que existe sobre o ex-campo de concentração do Tarrafal. Queremos criar um projeto museológico que ensina aos cabo-verdianos, aos portugueses, aos angolanos, aos guineenses e ao mundo que passa por Cabo Verde o que nós, como povo, aprendemos com a existência de um campo de concentração no nosso território e criar um campo em que se possam promover diálogos pela paz”, disse.

No final de um encontro com o ministro da Cultura português, no qual foi discutida a questão da candidatura do campo do Tarrafal a património da Humanidade, o ministro cabo-verdiano explicou que o Governo a que pertence defende “uma candidatura conjunta: Cabo Verde, Angola e Portugal, envolvendo a Guiné-Bissau”.

Segundo Abraão Vicente, o seu homólogo português defendeu a ligação do Tarrafal à Fortaleza de Peniche, em Portugal, onde durante o regime do Estado Novo funcionou uma prisão política, da qual se registaram célebres fugas, como a do líder comunista Álvaro Cunhal. A ideia final, adiantou, é “ligar o campo de concentração do Tarrafal a todo o sistema prisional construído durante a época salazarista, mas numa perspetiva cabo-verdiana”.

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Fonte: Observador

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