Dois quadros do pintor alemão Lucas Cranach podem continuar no museu Norton Simon, em Pasadena (California), onde se encontram desde 1971. Pintados em 1530, os quadros representam Adão e Eva e têm um valor estimado de mais de vinte milhões de euros. Foram comprados pelo museu a George Stroganoff-Scherbatoff, um descendente de aristocratas russos que por sua vez os tinha comprado ao estado holandês.
Os quadros pertenciam originalmente a um colecionador, Jacques Goudstikker, que morreu subitamente durante uma viagem a Inglaterra em 1941. A sua equipa ficou com os 1113 quadros, vendendo alguns deles ao marechal Hermann Goring. Quando a guerra acabou, os quadros foram devolvidos à Holanda, que deu um prazo aos proprietários legítimos para os reclamaram.
Esse prazo caducou em 1951 sem que os herdeiros de Goudstikker agissem. Em 1966, o estado holandês vendeu os quadros a Stroganoff, que os vendeu ao museu, e só onze anos depois a família do colecionador pediu a sua restituição.
Em 2012 a Holanda já tinha devolvido duas centenas de quadros à família. Mas no caso dos quadros do museu Norton Simon, o juiz do tribunal de recurso em São Francisco confirmou a decisão de recusar o pedido já antes tomada. Motivo: a chamada “doutrina de Estado”, ao abrigo da qual a decisão tomada em 1966 pela Holanda não pode ser invalidada.
Fonte: Expresso