Museu do Tesouro Real abre portas em junho

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Palácio da Ajuda

Lisboa vai acolher um novo museu em 2021. Com inauguração prevista para junho, o Museu do Tesouro Real — Palácio da Ajuda terá as joias da coleção real como protagonistas, mas a elas não se resume o que ali será mostrado e ficará exposto em permanência. O acervo é vasto e “vai desde as grandes pratas de aparato, ofertas diplomáticas, condecorações, moedas, baixela Germain, e também os materiais em si como as pepitas de ouro, brilhantes, esmeraldas, safiras e diamantes, estes graças às minas do Brasil”, isto sem esquecer “as joias do quotidiano da família real, com pedras extraordinárias, que faziam parte de um lastro que a coroa ia acrescentando”, segundo o diretor do Palácio Nacional da Ajuda, José Alberto Ribeiro. Destas últimas joias nota que “algumas eram de uso privado, outras faziam parte da função e iam passando para o monarca seguinte”. O núcleo “que terá uma simbólica maior” será, como sugere ainda, “o que está ligado à aclamação, que tem a coroa de Portugal, o ceptro, as tiaras”.

Há peças de ourives célebres como Fabergé ou Castellani “e tudo isso faz parte deste discurso que vai ser apresentado” e que se pretende que não só explique sob vários pontos de vista científico e técnico as peças em questão, mas também as histórias vivenciais a elas associadas. Essas várias dimensões narrativas serão exploradas não apenas na museografia em si, mas no catálogo que será publicado por ocasião na inauguração do museu. Além dos conservadores do palácio há especialistas nacionais e internacionais em história da arte (alguns provenientes de instituições como, por exemplo, o Louvre), numismática, genealogia ou gemologia envolvidos na criação dos vários olhares sobre peças que assim nos poderão dizer o que são e que histórias nos podem contar. Haverá também uma “história contada sobre este acervo e como é que as coisas surgiram” e que irá referir o roubo em Haia.

Algumas peças do antigo tesouro real, que antes de 1910 chegou a estar divido entre as casas-fortes dos palácios da Ajuda e das Necessidades (e este era a residência oficial, à altura da revolução, do rei D. Manuel II), tiveram uma “primeira apresentação em 1954” e ali ficaram durante alguns anos na casa-forte de um edifício que em tempos foi levantado onde agora se está a terminar a construção do remate do palácio. “Estavam ali algumas joias, pratas do século XVI e algumas outras peças mais relevantes”, recorda José Alberto Ribeiro. Depois, em 1991, houve a célebre exposição “Tesouros Reais”, que foi também apresentada em Bruxelas.

Fonte: Expresso

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